Atualmente se fala muito sobre a inclusão da criança com necessidades especiais. Especialmente nas escolas e como é difícil e arduo essa missão! Mas essa inclusão começa com todos nós.Quero incentivar a todos a olhar a criança especial e a sua família com amor e aceitação, e sermos solidários. A inclusão começa em nossos corações.Pois sabemos que todos somos especiais, pois não existe nenhuma pessoa exatamente igual a outra. Todos nós temos nossas peculiaridades, habilidades, dificuldades, somos todos diferentes.Espero que em algum lugar com esse blog eu possa ajudar um coração necessitado pois ele está sendo feito com muito amor e carinho!!!
Que Deus abençõe a cada um de nós.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Construindo uma rede de colaboração: a importância da Educação Especial na construção de uma escola inclusiva


Ilustração de 10 alunos de diferentes cores e habilidades, alguns sentados, outros de pé, em sala de aula e um professor com o braço nos ombros de dois dos alunos

Na perspectiva da educação inclusiva, a escola é concebida como uma instituição de educação formal, que fundamentada na concepção de direitos humanos, combina igualdade e diferença como valores indissociáveis, avança na proposta de promover o desenvolvimento de todos os alunos atrelado à garantia da qualidade de ensino.
Assim sendo, para atender especificamente os alunos com deficiência deve contar com apoio da Educação Especial, que neste novo paradigma passa por redefinição conceitual e assume papel preponderante neste processo, sobretudo como articuladora de uma rede de apoio.
A Educação Especial é uma área do conhecimento e passa a ser concebida pela Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) como sendo uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência.
Na escola, a Educação Especial, deve conhecer as características de seu trabalho, para não avançar sobre aquele da classe comum. A dialética que se estabelece entre o professor da sala comum e o professor especializado deve ser evidente para ambos. Cabe ao último a competência para prover o serviço de apoio especializado ao aluno com deficiência.
Dentre o rol de atribuições que cabe ao professor especializado, uma delas é constituída pela função de colaborar na identificação das potencialidades dos alunos com deficiência, bem como suas necessidades educacionais especiais. Dessa forma, é importante observar e ficar atento, pois muitas vezes o aluno em vez de não ser capaz de fazer determinada atividade, pode de fato não estar tendo acessibilidade para isto, daí a relevância das tecnologias assistivas. Nem sempre não fazer, significa não saber!
Apenas a avaliação inicial do aluno com deficiência não é suficiente para acompanhar seu desenvolvimento. É de suma importância a elaboração de registros do trabalho desenvolvido, sempre tendo como marco referencial a aprendizagem do aluno.
A seleção do material didático a ser utilizado no acompanhamento e apoio ao desenvolvimento do aluno com deficiência, para atender às necessidades identificadas na avaliação pedagógica, é outra tarefa que compete ao professor da educação especial. Alguns materiais podem ser produzidos pela equipe escolar.
A construção da escola inclusiva é um projeto coletivo, que passa por uma reformulação do espaço escolar como um todo, desde espaço físico, dinâmica de sala de aula, passando pelo currículo, formas e critérios de avaliação.
Acreditamos que só com a execução de um projeto político pedagógico inclusivo é que caminharemos para a construção de uma escola inclusiva, pois acreditamos assim como Vale (1995) que projeto é capacidade humana de não aceitar a realidade como determinada e imutável, e, em contrapartida, estabelecer alvos e metas que transformem o contexto numa realidade mais adequada aos fins e desejos humanos.
Assim, o planejamento do professor da sala de recursos deve ter como parceira a equipe escolar, a partir daí se pensar em quais: as condições necessárias para o aluno acessar o conhecimento e incentivar a interação do aluno com os instrumentos e signos mais avançados; as atividades que partam do interesse dos alunos, que requeiram uma maior explicitação de temas ou conteúdos e utilização mediadora de instrumentos ou equipamentos que favoreçam a sua apreensão; os mecanismos de colaboração com os professores da própria escola ou demais profissionais que por ventura atendam o aluno; as orientações e elaboração de material didático-pedagógico ou a utilização de outros materiais a serem utilizados pelos alunos com deficiência na classe comum.
No trabalho de apoio, a participação da família é imprescindível. Cabe também ao professor especializado conhecer os recursos disponíveis no município em que atua e, mais que isso, buscar possíveis parcerias, promover visitas educativas aos espaços públicos e oportunizar a vivência de situações nas quais os alunos possam desenvolver autonomia. Porém, não basta o professor e a família. É preciso contar com o envolvimento de toda a comunidade escolar.
Por fim, uma Política de Educação Inclusiva só se efetivará se cada um fizer sua parte: sociedade, sistemas educacionais, escolas e família!
Referências
BRASIL. MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.
VALE, J. M. F. do. Projeto Pedagógico como Projeto coletivo. In Circuito PROGRAD: O projeto pedagógico de seu curso está sendo construído por você? São Paulo: Pró-Reitoria de Graduação UNESP, 1995.
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini é professora do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mas um Sonho acaba de Nascer!

  

Orem por mim... Pois o desejo do meu coração já está nas mãos do Criador!

Foi notícia!

Bebês surdos devem aprender língua dos sinais nos primeiros meses de vida

Pais têm de interagir com brincadeiras e usar linguagem para socialização.
Atividades buscam desenvolver habilidades visuais da criança.
Do G1, em São Paulo

                             Foto: Divulgação/ECS

Pais têm de interagir com brincadeiras e usar linguagem para socialização.
Atividades buscam desenvolver habilidades visuais da criança.

Do G1, em São Paulo

Atividades com bebês surdos visam desenvolver habilidades visuais e ensinar linguagem dos sinais (Foto: Divulgação/ECS)

O maior desafio para quem trabalha com crianças surdas é acreditar nos bebês como diferentes e não como deficientes. É assim que pensa a fonoaudióloga escolar Sandra Refina Leite, que trabalha na Escola para Crianças Surdas (ECS) Rio Branco, em São Paulo. Para Sandra, a melhor maneira de potencializar a produtividade e o desenvolvimento dos bebês é ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) desde os primeiros dias de vida. A fonoaudióloga participa nesta sexta-feira (22), em São Paulo, de um encontro que vai discutir a educação para surdos.

“Desde o momento em que os pais descobrem a surdez do bebê é importante procurar um especialista para que, além da própria criança poder aprender a língua dos sinais, eles também possam aprendê-la. É fundamental que a criança desenvolva habilidades visuais para se sentir incluída socialmente e quanto mais cedo ela iniciar o processo de educação, melhor”, diz. “Todos os nossos esforços são para que a criança aprenda da maneira mais natural possível”.
                                
A especialista afirma que os pais não costumam aceitar a surdez do bebê em um primeiro momento. “Nossa sociedade não está preparada para a diferença, e isso se reflete também no comportamento dos pais dos bebês, que demoram um pouco a se acostumar. Ainda assim, o resultado vale muito a pena”, afirma Sandra. A fonoaudióloga diz que em seis meses de atividades o bebê já começa a reconhecer os sinais, mesmo que de maneira ainda não estruturada.

Em casa, é fundamental que os pais se comuniquem com o bebê por meio da linguagem de sinais. Sandra reafirma ainda a importância de brincar com a criança e contar histórias. “Aos pais cabe a tarefa de apresentar o mundo à criança, nomear pessoas e coisas, para que ela entenda a complexidade do mundo, e interagir sempre”, diz. 

                                           
Surdez
O teste que identifica a surdez do bebê pode ser feito ainda na maternidade. As causas da deficiência podem ser muitas, mas as mais evidentes, segundo Sandra, são casos de meningite, rubéola e toxoplasmose da mãe durante a gravidez.

No processo educacional proposto pela ECS, o bebê participa de atividades educacionais até os 3 anos, para se familiarizar com a linguagem de sinais. A partir dos 3 anos, a criança é encaminhada para o ensino formal em uma turma formada apenas por surdos. Depois do quinto ano do ensino fundamental, a orientação é que o aluno seja encaminhado a uma escola tradicional, acompanhado de um intérprete.


“Propomos que o aluno fique em uma escola especial porque em todos os outros momentos do dia ele conviverá com pessoas ouvintes, dentro da própria família. A idéia não é isolar o aluno, mas ensiná-lo a agir como uma pessoa diferente, mas participante quando for exposto a qualquer situação com ouvintes”, afirma.
Atualizado em 22/08/08

26 de Setembro - Dia Nacional do Surdo



LEI Nº 11.796, DE 29 DE OUTUBRO DE 2008. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica instituído o dia 26 de setembro de cada ano como o Dia Nacional dos Surdos.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de outubro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fonte: http://conselho.sur10.net/dia-do-surdo/

Símbolo Internacional da Surdez



LEI N. 8.160, DE 8 DE JANEIRO DE 1991
Dispõe sobre a caracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1º - É obrigatória a colocação, de forma visível, do "Símbolo Internacional de Surdez" em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras de deficiência auditiva, e em todos os serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso.
Artigo 2º - O "Símbolo Internacional de Surdez" deverá ser colocado, obrigatoriamente, em local visível ao público, não sendo permitida nenhuma modificação ou adição ao desenho reproduzido no anexo a esta Lei.
Artigo 3º - É proibida a utilização do "Símbolo Internacional de Surdez" para finalidade outra que não seja a de identificar, assinalar ou indicar local ou serviço habilitado ao uso de pessoas portadoras de deficiência auditiva.
Parágrafo único - O disposto no caput deste artigo não se aplica à reprodução do símbolo em publicações e outros meios de comunicação relevantes para os interesses do deficiente auditivo, a exemplo de adesivos específicos para veículos por ele conduzidos.
Artigo 4º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias, a contar de sua vigência.
Artigo 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Artigo 6º - Revogam-se as disposições em contrário.

A película, que deve ser colada no vidro traseiro do carro, informa aos demais motoristas que o condutor não pode ouvir sons, como a buzina de veículos e sirenes de viaturas policiais e ambulâncias.O adesivo também pode ser usado nos vidros dianteiros, no intuito de mostrar a policiais e autoridades de trânsito que o condutor não pode ouvir, evitando, assim, possíveis desentendimentos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil aproximadamente 5,7 milhões de brasileiros com algum grau de deficiência auditiva.DivulgaçãoSegundo a subgerente de condutores do Detran/ES, Giovana Camata, atendendo a uma solicitação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), cartazes e panfletos informativos sobre o símbolo estão sendo distribuídos para todas as Circunscrições Regional de Trânsito (Ciretrans) do Estado, além dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) e clínicas credenciadas.O objetivo é mostrar a todos os condutores a importância do respeito aos motoristas com deficiência auditiva no trânsito. Os cartazes e panfletos têm o seguinte slogan: "Para quem não consegue ouvir, este símbolo é a voz da razão. O respeito é a segurança de todos".
É preciso que os condutores saibam que este símbolo indica um motorista surdo ao volante. Para avisá-los de algo no trânsito, não adianta buzinar. O melhor é fazer sinais gestuais. Se as pessoas não entenderem o símbolo, ou não o respeitarem, podem ocorrer sérios inconvenientes, ressaltou Giovana.Os deficientes auditivos interessados em obter os adesivos devem procurar a Subgerência de Condutores, na sede do Detran/ES, em Vitória, o Ciretran ou o Posto de Atendimento Veicular (PAV) do seu município e apresentar o requerimento do adesivo (disponível nos mesmos), junto com laudo médico que ateste a deficiência, ou cópia autenticada. Após o procedimento, o condutor receberá a película em sua residência.
Fonte: http://blogvozesdosilencio.blogspot.com

Fique por dentro! Audição.


Mensagem do Dia! Um mundo sem Som.

Respeitando as pessoas como elas são!!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Relatos da Vida!!! Escolas Indígenas

Conheça o desafio das escolas indígenas em educá-los na língua portuguesa, no idioma da aldeia, na linguagem de gestuais própria da tribo e na língua brasileira de sinais


Amarildo é surdo e se comunica na escola por meio de quatro linguagens diferentes


Amarildo Inácio, índio da etnia caingangue, tem 15 anos e desde 2004 está vivendo uma experiência bastante rica: estudar de verdade. Até então, a Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkre, em Ipuaçu, a 511 quilômetros de Florianópolis, onde está matriculado desde a 1ª série, não tinha uma política de inclusão de alunos com deficiência. Com surdez total em um ouvido e parcial em outro, o garoto estava lá fazendo número, sem aprender. Amarildo sempre tentou se comunicar com os demais membros da aldeia, mas ninguém o entendia. Além de não conseguir pronunciar bem as palavras, misturava dois idiomas – o português e o caingangue. Seus gestos eram compreendidos por poucos e, durante muito tempo, ele foi considerado um deficiente mental. Há três anos, a surdez do garoto e de outras sete crianças da tribo foi identificada, levando a gerência regional da Secretaria de Educação de Santa Catarina a implantar um programa pedagógico para atender às necessidades do grupo. “Foi muito difícil estabelecer uma comunicação mínima com os estudantes no início do processo. Primeiro, tive de conquistar a confiança deles”, conta Marisa Giroletti, pesquisadora na área de processos inclusivos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O Ministério da Educação (MEC) não informa quantos dos 163 693 indígenas matriculados na rede pública têm deficiência auditiva – entre os não-índios são 15 mil. Sem uma política nacional para atendê-los, cada comunidade encontra suas próprias soluções para levar esses estudantes a avançar na aprendizagem. Em 2001, com a aprovação do Plano Nacional de Educação, as escolas indígenas conseguiram garantir a identidade cultural e lingüística de suas populações por meio de um currículo diferenciado. Das 2 323 escolas indígenas existentes no Brasil, 1 818 já oferecem Educação bilíngüe.

Veja a reportagem completa, vale a pena!!!!
Fonte: Nova Escola: Edição 208/ 2007

Inclusão - Classe Hospitalar

A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.
No INCA(INSTITUTO NACIONAL DO CANCER), a Classe Hospitalar tem como objetivo proporcionar o atendimento pedagógico à crianças e adolescentes portadores de neoplasia, em tratamento quimioterápico ambulatorial e assegurar a manutenção dos vínculos escolares, devolvendo a criança para sua escola de origem, com a certeza de que ela poderá se reintegrar ao currículo e aos colegas, sem prejuízo devido ao afastamento temporário.
As atividades escolares são desenvolvidas diariamente por duas professoras, que, inicialmente, procuram descobrir as áreas de interesse do aluno para viabilizar sua expressão, possíveis dúvidas acadêmicas e a aquisição do vínculo, fator primordial para o aprendizado. A partir desse contato, são planejadas atividades que possibilitem a criança superar suas dificuldades e apropriar-se de novas habilidades e competências. Nas situações em que o paciente estiver inserido numa escola regular, é solicitado aos responsáveis que tragam para o hospital todo o material escolar da criança a fim de que seja garantida a continuidade do currículo desenvolvido pela escola de origem.
Desde a sua implantação no ano letivo de 2000, quando foi assinado o convênio entre o hospital e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a Classe Hospitalar já matriculou cerca de 450 crianças. O trabalho foi inicialmente oferecido aos pacientes da Enfermaria de Oncologia Pediátrica, Hematologia Pediátrica e do Ambulatório de Quimioterapia Infantil, posteriormente foi ampliado, e atualmente beneficia crianças e adolescentes submetidos a transplante de medula óssea.
A atividade escolar no hospital contribui para a diminuição do estresse causado pelas sucessivas internações, proporciona integração entre os profissionais e permite que o paciente sinta-se produtivo no seu papel de aprendiz. Isto favorece a construção do conhecimento e contribui para a promoção da saúde.
O trabalho realizado pela Classe Hospitalar constitui parte integrante do tratamento oncológico e está de acordo com a Resolução n.º 2 do Conselho Nacional de Educação, de 11 de fevereiro de 2001, que em seu Art. 13 determina: "Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio."
FONTE: http://www.inca.gov.br/

Ensino nas horas difíceis
Lecionar para estudantes internados exige preparo psicológico para lidar com as famílias, os médicos, as escolas... e a morte

NO LEITO E FELIZ
Frank foi alfabetizado dentro do Hospital do Câncer, em São Paulo. Agora, já está na 2ª série



Em 2007, quando entraria no Ensino Fundamental, o pequeno índio wapixana Frank Silva ficou doente. Teve um câncer diagnosticado e precisou sair de Roraima, onde morava, para buscar ajuda especializada. Desde o ano passado, está internado em São Paulo. Mas não foi esse imprevisto - nem a forte medicação que vem tomando - que o deixou fora da escola. Matriculado desde o começo do tratamento em uma classe dentro do Hospital do Câncer, ele não só foi alfabetizado como já está na 2ª série. Frank é uma das 65.956 crianças que estudaram em salas adaptadas ou no próprio leito em 2007, segundo o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Apesar do público numeroso, a modalidade ainda não é uma realidade em todo o território nacional. O próprio Ministério da Educação (MEC) reconhece que há carências graves pelo país - são 850 hospitais oferecendo o atendimento, em um universo de quase 8 mil unidades.
Além disso, especialistas alegam que as experiências em curso nem sempre ocorrem num contexto ideal. "Há o déficit de profissionais para atuar do 6º ao 9º ano. E, em muitos lugares, o voluntário ainda atua no lugar do educador", diz Eneida Simões da Fonseca, professora do Departamento de Estudos em Educação Inclusiva e Continuada da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Na prática, é a equipe médica que deve acionar as secretarias de Educação assim que um estudante da rede pública dá entrada com alguma doença severa (para os oriundos da particular, é a própria escola que deve providenciar o serviço). Em alguns estados e municípios, já existe inclusive um quadro de docentes previamente concursados e preparados para a função, e é junto a esses órgãos que interessados no emprego devem procurar orientações. "Cabe aos governos locais oferecer a mão-de-obra e as capacitações necessárias. Tudo para que o aluno se atrase o mínimo possível no ritmo de sua turma original", diz Martinha Dutra dos Santos, coordenadora-geral da Secretaria de Educação Especial do MEC.
Apesar de ser chamada tecnicamente de classe, a aula é individual, nos leitos ou em salas cedidas pela unidade de Saúde. Diferentemente de uma escola regular (onde é possível fazer atividades de longa duração), cada tarefa precisa ter início, meio e fim no mesmo dia. "É um ritmo estranho. Eu posso planejar tudo hoje e, amanhã, o estudante recebe alta. Daí eu tenho que fazer coisas novas para outra criança que acabou de chegar", conta a professora Geane Yada, do Hospital Darcy Vargas, em São Paulo. A carga horária também muda. O educador pode iniciar uma conversa e, em instantes, ter de parar devido a uma indisposição. O indicado é que o aluno consiga ter o mesmo conteúdo e a mesma carga horária da escola. Mas, com o sobe-e-desce do tratamento, isso nem sempre é possível.

Assim que um estudante chega para tratamento, o titular da classe hospitalar deve chamar a família e o futuro aluno para conversar sobre sua situação. Normalmente, um coordenador pedagógico articula essa fase. Em seguida, o docente entra em contato com a escola para solicitar o currículo que a criança seguiria e também as atividades já realizadas. Cabe à unidade de ensino encaminhar todas as tarefas previstas para que o aluno faça em sua internação - inclusive as provas, que serão devolvidas para a correção pelo educador da turma regular. A professora Célia Wiczneski, coordenadora pedagógica do Hospital do Trabalhador, em Curitiba, conta que essa relação não é fácil e, como já aconteceu, a escola muitas vezes nem sabe que um estudante adoeceu. "Hoje é mais fácil conversar. Mas, no início, eu precisei bater o pé. E, quando não tinha solução, ligava para a Secretaria de Educação e contava o que estava acontecendo." Foi com tanto empenho que garantiu a continuidade nos estudos de vários jovens como Felipe Eduardo Alves da Silva, 9 anos, que está na 4ª série e sofre de osteomielite (infecção óssea) e precisa de internações sucessivas. Para trilhar esse caminho, o MEC sugere articular a programação de atendimento em dois momentos. No primeiro, o docente trabalha com os conteúdos definidos num currículo próprio, geral, que tem por base os Parâmetros Curriculares Nacionais. "É para evitar atrasos em caso de demora no envio dos materiais pela escola de origem", explica Rosemary Hilário, coordenadora do Hospital do Câncer. No segundo, já de posse da papelada, a equipe do hospital adapta o trabalho pedagógico de acordo com o histórico do aluno, muitas vezes lançando mão de uma avaliação inicial. Uma articulação especial é necessária quando o estudante apresenta um quadro clínico que requer idas e vindas constantes. É o caso de Eula Carla de Lima, 12 anos. Ela está na 6ª série, sofre com displasia (anomalia) na tíbia esquerda e precisa passar por cirurgias frequentes, também no Hospital do Trabalhador. Para ela, o ano escolar acontece simultaneamente na unidade regular em que estava matriculada e no hospital. Mas, como contam os profissionais, a questão mais delicada em todo o trabalho é lidar com a morte. Enquanto esta reportagem estava sendo feita, uma aluna do Darcy Vargas faleceu. Para Rosemary, são coisas que acontecem. "Temos de encarar da mesma forma que faríamos em uma turma regular", argumenta. "E, na hora que os familiares chegam para conversar com você, não podemos esquecer que não somos psicólogos para dar orientações. A melhor coisa é ouvir." Atualmente, já existem até cursos de especialização para ajudar os professores a enfrentar e se adaptar a todas essas situações.

Obrigação está na lei
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deu início à formalização do funcionamento das classes hospitalares, determinando aos governos "garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular". Em 2001, o Conselho Nacional de Educação, no artigo 13º da Resolução nº 2, tratou da obrigatoriedade do sistema e utilizou, pela primeira vez, a nomenclaura "classe hospitalar". Desde então, ficou definido que "os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio". Com base nas regras anteriores, a Secretaria de Educação Especial do MEC elaborou em 2002 os termos reguladores que detalham o trabalho dentro das unidades de Saúde. Cabe aos estados e municípios adaptar essa legislação nacional e traçar orientações específicas para cada rede de ensino.

Edição 220 03/2009 (Nova Escola - Veja reportagem completa)
 



hospitais onde tem classe hospitalar:

Hospital Darcy Vargas,
R. Seráfico Assis de Carvalho, 34, 5614-040, São Paulo, SP, tel. (11) 3723-3839
Hospital do Câncer, R. Professor Antônio Prudente, 211, 01525-000, São Paulo, SP,
tel. (11) 2189-5000
Hospital do Trabalhador, Av. República Argentina, 4406, 81050-000, Curitiba, PR,
tel. (41) 3212-5870

Livro:
Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar
Autora: Eneida Simões da Fonseca, 100 págs.
Ed. Memnon, tel. (11) 5575-8444, 28 reais
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Síndrome de Down


Definição: alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de risco já identificado. “Ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos”, afirma Lília Maria Moreira, professora de Genética da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
• Características: além do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias.
Recomendações: na sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de Down compreenda. “Ele demora um pouco mais para entender”, afirma Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos fáceis de compreender. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. “Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem”, diz Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. “Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas não seja permissivo.” Tente perceber as competências pedagógicas em cada momento e manter as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande e, às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões impossíveis para ela. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e provocações.
Fonte: Revista Nova Escola Edição Especial Julho 2009 Título original: Aprender a superar.
Saiba mais visitando o portal do MEC

Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dificuldadesdeaprendizagem.pdf

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
DEFICIÊNCIA MENTAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf


Filme "O oitavo dia"

"Oitavo Dia" (L' Hutième Jour - 1996), de Jaco Van Dormael, que revelou, pela primeira vez, um vencedor com deficiência intelectual ao Festival de San Remo em 1996. O prêmio de melhor ator do festival coube à impressionante exibição do ator belga PASCAL DUQUENNE, uma pessoa com síndrome de down, que dividiu o prêmio de melhor ator com o veterano francês Daniel Auteil.

Fica a Dica!!!!!

A educação é um direito de todos e PARA TODOS; para isso a escola deve se adequar às necessidades educacionais de seu alunado. Necessidades Educativas Especiais não é sinônimo de deficiência como muitos ainda pensam... leia um trecho da Resolução que trata deste assunto:



RESOLUÇÃO CNE/CEB No. 02/2001 Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o
processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que
dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;

b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a
utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar
rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.


Fonte: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf

Recursos e Tecnologias Inclusivas.

Tecnologias e recursos materiais que podem ser utilizados
Quando falamos em tecnologias e recursos que auxiliam a criança ou adolescente com deficiência na sala de aula, devemos lembrar que eles não são recursos que magicamente farão o aluno superar suas dificuldades. Qualquer que seja o auxílio pensado, sempre passa pela percepção que o professor tem sobre as dificuldades e possibilidades de seu aluno. O auxílio só faz sentido a partir desta relação. Por isso, dizemos que não há regras, existem sugestões para ajudar o professor a pensar em possibilidades, mas isto sempre será posterior a este primeiro contato e conhecimento prévio do professor em relação a criança ou adolescente.
Os alunos com deficiências geralmente usam os mesmos recursos materiais que os demais alunos. Existem, no entanto, adaptações que podem ser necessárias para facilitar a realização de atividades para quem possui alguma limitação motora, sensorial ou cognitiva. Esses recursos são chamados de “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas”.
Infelizmente, esses recursos são caros para a maioria das pessoas com deficiência. É aí que entra a criatividade da professora que engrossa o lápis com fita adesiva para que o aluno possa segurá-lo melhor e, sem saber, também está fazendo tecnologia assistiva, por exemplo.

Lembre-se que: • as adaptações devem auxiliar o aluno e o professor;

• a necessidade de cada aluno com deficiência é única ; portanto, a família e ele mesmo devem participar da criação e da escolha dos recursos que podem ajudá-lo;
• o recurso deve sempre ser reavaliado pelo aluno e pelo professor, para ter certeza de que está realmente sendo útil e como pode ser aprimorado ou substituído;
• as adaptações também podem servir para facilitar o uso do banheiro, da cozinha ou do refeitório, do pátio, das quadras, dos parques, dos auditórios, das salas de aula e de informática, ou seja, todos os ambientes escolares freqüentados pelos alunos podem necessitar de adaptações.
Muitas vezes, nós, professores — depois de algumas tentativas frustradas com o aluno com deficiência — acabamos concluindo, erroneamente, que a criança não tem condições de aprender.
Nesses momentos, é bom lembrar que cada caso é um caso. Confie na sua criativi­dade, no seu bom senso e, principalmente, na opinião do aluno. Se não conseguir resolver a dificuldade, talvez seja interessante buscar a opinião de profissionais da área de reabilitação ou especializados em educação de crianças com deficiência. Pessoas com formações diversas podem abordar a dificuldade sob perspectivas diferentes, o que pode ser útil em situações mais complexas.
Ao observar um aluno, não olhe apenas as dificuldades. É importante verificar as habilidades e as formas que ele usa para vencer desafios. Se achar que vale à pena mudar ou incrementar essas estratégias, converse com o aluno e, acima de tudo, respeite a opinião dele

Como saber qual é o recurso que seu aluno precisa?


Aqui vão algumas sugestões, baseadas na experiência de outros professores: • Observe o aluno durante as aulas, o intervalo, a hora da entrada e saída e demais atividades escolares. Preste atenção nas dificuldades e soluções que ele adota para lidar com suas limitações;

• Converse com o aluno e pergunte se ele acha que precisa de outros recursos;
• Avalie e defina com o aluno quais as atividades que podem ser facilitadas com uso de materiais pedagógicos adaptados ou tecnologias assistivas para as atividades da vida diária;
• Converse com o aluno, sua família e colegas de sala para encontrar soluções. Converse com outros profissionais que também trabalham com o aluno;
• Pesquise produtos disponíveis no mercado, materiais e objetos baratos que podem ajudar a desenvolver habilidades. Pense nas formas de construir este objeto;
• Considere todas as opiniões, especialmente, as do aluno, e faça a escolha, considerando os recursos financeiros. Desenhe as propostas ou faça um modelo, se for possível;
• Faça parcerias com a comunidade: faculdades, escolas SENAI, marcenarias, oficinas de costuras, metalúrgicas, que podem ajudar a desenvolver e construir o equipamento;
• Em conjunto com o aluno, escolha o melhor processo de confecção do equipamento;
• Incorpore o recurso às atividades escolares, observe e pergunte ao aluno sobre como se sente;
• Verifique se o objeto cumpriu plenamente sua finalidade e se as condições do aluno mudam com o tempo, ou se é necessária alguma mudança.

É importante relembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe colocada nos cantos do papel para que a folha não escorregue com os movimentos involuntários de um aluno com deficiência motora, a criação de um jogo da memória com desenhos feitos em relevo (com cola plástica, dentre outras alternativas) até um software adaptado para que os cegos possam ter acesso ao computador. Portanto, não se assuste professor! Uma boa dose de criatividade fará com que você encontre soluções simples para facilitar o aprendizado de seus alunos.

Caso não disponha de nenhum recurso material, você pode pedir para que um outro aluno segure a folha para que a pessoa com deficiência motora possa fazer sua atividade. O importante é que, mesmo sem recursos, você encontre soluções para que seu aluno possa acompanhar as atividades da sala de aula. O que conta verdadeiramente é a sensibilidade do professor em relação ao aluno e a disponibilidade para encontrar soluções que o ajudem.

Equipamentos que todos podem aprender a usar


Recursos para Deficientes visuais:
• Reglete (tipo de régua para se escrever em braile) - O papel fica preso entre essa régua e um pedaço de madeira. Com a punção (um pino com ponta de metal afiada) faz os buraquinhos que formarão as palavras em alto relevo do lado do avesso. A escrita é feita da direita para a esquerda e a leitura da esquerda para a direita;
• Punção é o lápis - ou a caneta da pessoa cega;
• Máquina braile - é a máquina de escrever usada pelas pessoas cegas. Possui nove teclas. Para digitar, basta fazer as combinações de pontos em relevo, pressionando as teclas;
• Mapa tátil para ensinar geografia e informar sobre a localização de lugares para pessoas cegas. Pode ser feito recobrindo-se os mapas comuns com materiais com texturas diferentes ou com areia, argila, massinha etc.;
• Lupas, lentes de aumento e réguas de leitura.
• Soroban - é um instrumento de cálculo de origem oriental, formado por continhas de madeira ou de plástico enfiadas em arames. Ele é vantajoso como material de apoio ao ensino da matemática por ser um recurso tátil, de fácil manejo e de custo reduzido. Com ele o estudante aprende concretamente os fundamentos da matemática, as ordens decimais e seus respectivos valores, as quatro operações e mesmo cálculos mais complexo.

Recursos para os Surdos

Os surdos baseiam-se também nas pistas visuais.
A utilização de recursos visuais adequados facilita a compreensão do que está sendo ensinado. Alguns desses recursos são: objetos, filmes, fitas de vídeo, fotos, gravuras de livros e revistas e desenhos etc A escrita e ainda o uso da língua de sinais, da mímica, da dramatização, de expressões faciais e corporais de gestos naturais e espontâneos ajudam a dar significado ao que está sendo estudado.

A criança surda e a comunicação

• Alguns pais preferem que seus filhos aprendam a falar, outros preferem que aprendam a Língua Brasileira de Sinais, chamada também de Libras. Há os que querem que seus filhos aprendam ambas as línguas;
• Não devemos esquecer que a própria criança ou adolescente tem o direito de escolher qual o tipo de comunicação que prefere utilizar. Alguns sentem-se mais à vontade para se expressarem através da língua de sinais, e outros através da língua portuguesa. Isto deve ser respeitado;
• Para que possa expressar seus desejos e suas necessidades, a criança surda deve aprender algum tipo de linguagem;
• A escola precisa preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições para aprender um código de comunicação que permita sua participação na sociedade;
• Jogos, desenhos, dramatizações, brincadeiras de faz-de-conta, histórias infantis ajudam a aquisição da linguagem e a aprendizagem de conceitos e regras de um código de comunicação.


Recursos para deficiência motora

A crianças com deficiência motora têm dificuldade para segurar o lápis e coordenar os movimentos podem ter maior independência com a utilização de algumas adaptações nos materiais escolares.

Experimente:

• Os lápis podem ter seu diâmetro engrossado por várias camadas de fita crepe, argila, espuma, massa do tipo epóxi ou outro material;
• Evitar o uso de cadernos que são difíceis de fixar na mesa; prefira a folha solta de tamanho A4 ou papel manilha (papel de embrulho);
• Prender o papel nos quatro can­tos com fita crepe larga e que suporte os movimentos de traça­do da criança;
• Atividades preparadas pelo professor com traçado grosso feito com pincel atômico em tamanho grande para melhor visualização, per­cepção e entendimento da criança;
• Traçados de desenhos, letras, números feitos na cor preta em papel branco;
• Prancha elevatória para aproximar a folha, caderno, livro, etc e melhorar visualização e manipulação do aluno;
• Para a criança na fase de construção da escrita, faça linhas com pincel atômico e espaço entre linhas de acordo com o tamanho da letra do aluno. O espaço entre as linhas pode ser diminuído gradativamente;
• Para a criança com dificuldade de percepção espacial (não consegue encontrar determinada letra no meio de outras, perdendo-se e frustando-se), experimente isso: numa tira de cartolina ou papel cartão nas cores branca ou preta, faça um buraco retangular de tamanho suficiente para destacar uma letra ou número. Basta deslizar a janela sobre o papel para o aluno localizar e reconhecer letra ou número.

Fonte: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estratégias e orientações pedagógicas para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência física. [livro] Brasília:MEC;SEESP,2002, P. 69.


RECURSOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Para quem não enxerga ou não consegue se movimentar, equipamentos, objetos e brinquedos inclusivos possibilitam um aprendizado mais fácil





TECLADO VERSÁTIL
Matheus Levien Leal, 10 anos, está na 4a série e tem paralisia cerebral e baixa visão. Ele usa um teclado com várias lâminas, trocadas de acordo com a atividade. A de escrita, por exemplo, tem cores contrastantes e letras grandes. O equipamento é programado para ajustar o intervalo entre os toques, evitando erros causados por movimentos involuntários.

A criança chega à escola sem falar ou mexer braços e pernas. É possível ensiná-la a ler, por exemplo? Sim, e na sala regular. Para quem tem deficiência, existe a tecnologia assistiva, composta de recursos que auxiliam na comunicação, no aprendizado e nas tarefas diárias. As chamadas altas tecnologias são, por exemplo, livros falados, softwares ou teclados e mouses diferenciados. "Existem recursos para comandar o computador por meio de movimentos da cabeça, o que ajuda quem tem lesão medular e não move as mãos", afirma a fisioterapeuta Rita Bersch, diretora do Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, em Porto Alegre, onde as crianças que aparecem nesta reportagem são atendidas. Já as baixas tecnologias são adaptações simples, feitas em materiais como tesoura, lápis ou colher. Com o mesmo intuito de promover a inclusão, há brinquedos que divertem crianças com e sem deficiência. Os mostrados aqui foram feitos por alunos de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina. Já os livros táteis são do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, de Florianópolis. O educador da classe regular pode procurar esses materiais na sala de atendimento educacional especializado (a sala de apoio). "Nela, o professor especializado oferece recursos e serviços que promovem o acesso do aluno ao conhecimento escolar. Por isso, o diálogo entre os dois profissionais é fundamental", afirma Rosângela Machado, coordenadora de Educação Especial do município de Florianópolis. Confira alguns materiais que podem favorecer a aprendizagem da sua turma.

DIGITAÇÃO SEM ERROS


O suporte, colocado sobre o teclado, chama-se colméia. Ele impede que o estudante com dificuldade motora pressione a tecla errada.






NUM
PISCAR DE OLHOS


O acionador faz a função do clique do mouse e pode ser ativado ao bater ou fechar a mão, puxar um cordão, piscar, soprar, sugar... O aparato pode ser colocado em qualquer parte do corpo do aluno. Com ele, é possível acessar livros virtuais, brincar com jogos e até digitar, usando um teclado virtual.





JOGOS COLORIDOS

João Vicente Fiorentini, 10 anos, tem deficiência física e está na2a série. Por causa da dificuldade de segurar o lápis, ele usa materiais adaptados e aprende a escrever com jogos feitos de tampinhas e cartões plastificados. O material permite a João ainda relacionar cores e quantidades.








 

Edição Especial Nova Escola Agosto 2007 (Veja Reportagem na íntegra)

Será que seu Filho é Disléxico?

Entre 3 a 6 anos (Na pré-escola)

1. Ele persiste em falar como um bebê?
2. Freqüentemente pronuncia palavras de forma errada?
3. Não consegue reconhecer as letras que soletram seu nome?
4. Tem dificuldade em lembrar o nome de letras, números e dias da semana?
5. Leva muito tempo para aprender novas palavras?
6. Tem dificuldade em aprender rimas infantis?

Entre 6 ou 7 anos (Primeira-série)


1. Tem dificuldade em dividir palavras em sílabas?
2. Não consegue ler palavras simples e monossilábicas, tais como “rei” ou “bom”?
3. Comete erros de leitura que demonstram uma dificuldade em relacionar letras a seus respectivos sons?
4. Tem dificuldade em reconhecer fonemas?
5. Reclama que ler é muito difícil?
6. Freqüentemente comete erros quando escreve e soletra palavras?
7. Memoriza textos sem compreendê-los?


Entre 7 e 12 anos


1. Comete erros ao pronunciar palavras longas ou complicadas?
2. Confunde palavras de sonoridade semelhante, como “tomate” e “tapete”, “loção” e “canção”?
3. Utiliza excessivamente palavras vagas como “coisa”?
4. Tem dificuldade para memorizar datas, nomes ou números de telefone?
5. Pula partes de palavras quando estas têm muitas sílabas?
6. Costuma substituir palavras difíceis por outras mais simples quando lê em voz alta; por exemplo, lê “carro” invés de “automóvel”?
7. Comete muitos erros de ortografia?
8. Escreve de forma confusa?
9. Não consegue terminar as provas de sala-de-aula?
10. Sente muito medo de ler em voz alta?
A partir dos 12 anos

1. Comete erros na pronúncia de palavras longas ou complicadas?
2. Seu nível de leitura está abaixo de seus colegas de sala-de-aula?
3. Inverte a ordem das letras – “bolo” por “lobo”, “lago” por “logo”?
4. Tem dificuldades em soletrar palavras? Soletra a mesma palavra de formas diferentes numa mesma página?
5. Lê muito devagar?
6. Evita ler e escrever ?
7. Tem dificuldade em resolver problemas de matemática que requeiram leitura?
8. Tem muita dificuldade em aprender uma língua estrangeira?
Fontes: Time – July 20, 2003 – The New Science of Dislexia – By Christine Gorman http:/www.interdys.org/index.jsp


Tratamentos
A maioria dos tratamentos para dislexia enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e a fluência na leitura. Esses métodos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e frases --pois, para eles, cada termo lido acaba se parecendo com uma "nova palavra".
É aconselhável que a criança disléxica leia bastante em voz alta para que possa ser corrigida no ato. Alguns estudos sugerem que um tratamento adequado e ministrado bem cedo pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas se tornarem mínimas --isso no caso de dislexia leve, mas, mesmo para portadores de grau médio ou severo, um tratamento direcionado pode diminuir os sintomas. Como os disléxicos costumam ser muito inteligentes, tendem a ativar outras áreas do cérebro para compensar suas perdas de memória e concentração.
Muitos especialistas sugerem, inclusive, que pessoas disléxicas, por serem forçadas a pensar e aprender de forma diferente, se tornam mais criativas e têm idéias inovadoras que superam as de não-disléxicos. Pode não ser determinante, mas vale lembrar que algumas personalidades que se tornaram célebres também eram portadoras desse distúrbio, entre elas o desenhista Walt Disney, a escritora Agatha Christie, o inventor Thomas Edison e o ator Tom Cruise (que diz ter sofrido muito no início da carreira para memorizar seus roteiros).
Mesmo que a dislexia não seja curada, conviver com ela é necessário. Os portadores têm, inclusive, direitos assegurados por lei. Crianças com dislexia podem, por exemplo, pedir para refazer provas orais, ter uma hora a mais nas provas escritas e usar livremente uma calculadora.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u4475.shtml


Acima da média
Entretanto, é comum que a dislexia venha acompanhada de uma inteligência acima da média, havendo inclusive exemplos de superdotados disléxicos. É o caso de José Rigoni Júnior, 26, que descobriu possuir o distúrbio aos 18 anos, quando já era aluno da USP (Universidade de São Paulo).
Rigoni conta que sempre teve dificuldades na escola, chegando a ser reprovado cinco vezes, apesar de entender todo o conteúdo transmitido pelos professores. O problema é que ele não conseguia expressar esse conteúdo por meio da escrita.
Rigoni conseguiu recuperar o tempo perdido no ensino fundamental por meio de uma lei federal que permite que alunos especiais como ele sejam avançados de série. Na faculdade, ele fazia provas no computador, com o auxílio de corretor ortográfico, ou respondia às perguntas oralmente.
Líderes
Em casos mais leves, o paciente pode nunca perceber que possui o distúrbio. O empresário Cláudio Teixeira, 44, por exemplo, descobriu ser disléxico apenas aos 36 anos de idade. Ele sempre teve dificuldades no período escolar, tanto que mudou de colégio oito vezes durante o Ensino Fundamental e Médio.
"É algo desgastante, influencia muito na vontade de estudar. As letras pulam, mexem de lugar, não dá para aprender. Mas ao mesmo tempo te dá uma garra, uma força para gerenciar, liderar", afirma.
Conforme apontam as pesquisas, essa característica de que o empresário fala é comum à maioria dos disléxicos. Uma das hipóteses apontadas para isso é a configuração cerebral dessas pessoas.
Elas costumam ter o lado direito do cérebro, relacionado às atividades criativas, maior que o esquerdo. Isso faz com que eles geralmente procurem atuar em profissões liberais e artísticas.