Atualmente se fala muito sobre a inclusão da criança com necessidades especiais. Especialmente nas escolas e como é difícil e arduo essa missão! Mas essa inclusão começa com todos nós.Quero incentivar a todos a olhar a criança especial e a sua família com amor e aceitação, e sermos solidários. A inclusão começa em nossos corações.Pois sabemos que todos somos especiais, pois não existe nenhuma pessoa exatamente igual a outra. Todos nós temos nossas peculiaridades, habilidades, dificuldades, somos todos diferentes.Espero que em algum lugar com esse blog eu possa ajudar um coração necessitado pois ele está sendo feito com muito amor e carinho!!!
Que Deus abençõe a cada um de nós.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Construindo uma rede de colaboração: a importância da Educação Especial na construção de uma escola inclusiva


Ilustração de 10 alunos de diferentes cores e habilidades, alguns sentados, outros de pé, em sala de aula e um professor com o braço nos ombros de dois dos alunos

Na perspectiva da educação inclusiva, a escola é concebida como uma instituição de educação formal, que fundamentada na concepção de direitos humanos, combina igualdade e diferença como valores indissociáveis, avança na proposta de promover o desenvolvimento de todos os alunos atrelado à garantia da qualidade de ensino.
Assim sendo, para atender especificamente os alunos com deficiência deve contar com apoio da Educação Especial, que neste novo paradigma passa por redefinição conceitual e assume papel preponderante neste processo, sobretudo como articuladora de uma rede de apoio.
A Educação Especial é uma área do conhecimento e passa a ser concebida pela Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) como sendo uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência.
Na escola, a Educação Especial, deve conhecer as características de seu trabalho, para não avançar sobre aquele da classe comum. A dialética que se estabelece entre o professor da sala comum e o professor especializado deve ser evidente para ambos. Cabe ao último a competência para prover o serviço de apoio especializado ao aluno com deficiência.
Dentre o rol de atribuições que cabe ao professor especializado, uma delas é constituída pela função de colaborar na identificação das potencialidades dos alunos com deficiência, bem como suas necessidades educacionais especiais. Dessa forma, é importante observar e ficar atento, pois muitas vezes o aluno em vez de não ser capaz de fazer determinada atividade, pode de fato não estar tendo acessibilidade para isto, daí a relevância das tecnologias assistivas. Nem sempre não fazer, significa não saber!
Apenas a avaliação inicial do aluno com deficiência não é suficiente para acompanhar seu desenvolvimento. É de suma importância a elaboração de registros do trabalho desenvolvido, sempre tendo como marco referencial a aprendizagem do aluno.
A seleção do material didático a ser utilizado no acompanhamento e apoio ao desenvolvimento do aluno com deficiência, para atender às necessidades identificadas na avaliação pedagógica, é outra tarefa que compete ao professor da educação especial. Alguns materiais podem ser produzidos pela equipe escolar.
A construção da escola inclusiva é um projeto coletivo, que passa por uma reformulação do espaço escolar como um todo, desde espaço físico, dinâmica de sala de aula, passando pelo currículo, formas e critérios de avaliação.
Acreditamos que só com a execução de um projeto político pedagógico inclusivo é que caminharemos para a construção de uma escola inclusiva, pois acreditamos assim como Vale (1995) que projeto é capacidade humana de não aceitar a realidade como determinada e imutável, e, em contrapartida, estabelecer alvos e metas que transformem o contexto numa realidade mais adequada aos fins e desejos humanos.
Assim, o planejamento do professor da sala de recursos deve ter como parceira a equipe escolar, a partir daí se pensar em quais: as condições necessárias para o aluno acessar o conhecimento e incentivar a interação do aluno com os instrumentos e signos mais avançados; as atividades que partam do interesse dos alunos, que requeiram uma maior explicitação de temas ou conteúdos e utilização mediadora de instrumentos ou equipamentos que favoreçam a sua apreensão; os mecanismos de colaboração com os professores da própria escola ou demais profissionais que por ventura atendam o aluno; as orientações e elaboração de material didático-pedagógico ou a utilização de outros materiais a serem utilizados pelos alunos com deficiência na classe comum.
No trabalho de apoio, a participação da família é imprescindível. Cabe também ao professor especializado conhecer os recursos disponíveis no município em que atua e, mais que isso, buscar possíveis parcerias, promover visitas educativas aos espaços públicos e oportunizar a vivência de situações nas quais os alunos possam desenvolver autonomia. Porém, não basta o professor e a família. É preciso contar com o envolvimento de toda a comunidade escolar.
Por fim, uma Política de Educação Inclusiva só se efetivará se cada um fizer sua parte: sociedade, sistemas educacionais, escolas e família!
Referências
BRASIL. MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.
VALE, J. M. F. do. Projeto Pedagógico como Projeto coletivo. In Circuito PROGRAD: O projeto pedagógico de seu curso está sendo construído por você? São Paulo: Pró-Reitoria de Graduação UNESP, 1995.
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini é professora do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru.

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